sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Acordar sozinho


Um dia ele acordou sozinho.
Desacompanhado de suas dores, mágoas e esperanças.
Sem saber nem o lado da cama onde deveria levantar. Sem vontade de levantar. Poderia levantar?
Abandonado pelo raciocínio e descrente das ilusões.
Com a sensação, de que o que antes não valia nada, agora poderia ser tudo. Se é que sentia alguma coisa.
Haveria ainda tempo?
Mas tempo para que?
Nem rumo, nem ideias, nem sua voz sobressaía.
Tentara falar, mas não tinha receptor. Nunca dera ouvidos a ninguém, nem a si mesmo. E agora não seria diferente.
Não existia mais vontade.
E ele se deita esperando que... Não, não havia esperanças, dores e nem mágoa.