terça-feira, 20 de outubro de 2015

Terra e Terra


Poucas coisas na vida são tão certas
quanto a ausência de precisão
nas coisas que mais precisamos.

Flamejante luz que cega e dificulta o alvo.
Travo gosto que da garganta atinge em cheio o peito.
Farto estou de esvaziar-me!

Será que é tão difícil soltar o volante?
Como ignorar as curvas e a dura angulação dos barrancos?
O corpo tangendo o chão transmite segurança
Mas perpetua a queda maior, que é nunca se levantar. 

Marlon Maia


(Fotografia de Falco disponível em pixabay.com/pt/users/falco-81448/ )

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Doce relatividade

O amargo gosto é o preço
Gosto do desapego
Desapego às cores postas
Tantas cores, aqui já estavam?

Livre, das amarras da lógica
Sinto, o tangível escondido
Desço, e relativizo minhas verdades.

Fixo meus pés no chão que já pisara
E o olvido acrescenta na estrada,
Por mais que placas ainda se façam necessárias
Sei que perdido não fico mais.


Marlon Maia 02/08/2013

terça-feira, 2 de abril de 2013

Preguiça em ler, astúcia ao compartilhar


Estamos vivendo uma fase interessante, em que o jovem e também o adulto, voltam a ter maior interesse nas questões de cunho social e político. Podemos perceber que a internet não é apenas uma ferramenta fútil, ela detém um grande poder. E como é sabido por todos,  “grandes poderes, exigem grandes responsabilidades “.  A mesma internet que impulsionou a primavera árabe, e a criação da Lei da Ficha Limpa, muitas vezes  é usada com propósitos não tão nobres.
Como assíduo frequentador do ambiente virtual, me deparo diversas vezes com barbaridades escritas sem nenhum fundamento ou conexão com a lógica. Em fóruns, no Facebook e nos comentários de sítios de reportagens isso acontece frequentemente.
O que me deixa mais preocupado não são nem as opiniões (muitas ve
zes retrógradas e violentas) mas a forma como as pessoas interpretam as notícias e fatos e os compartilham. Pude notar que muitas pessoas não leem de fato a íntegra dos textos, ou quando o fazem não conseguem decifrar  o  que de fato está escrito. Isso fica nítido nas distorções das falas e opiniões. Exemplificando, a pessoa diz: “O Brasil precisa aumentar os investimentos no exército que está sucateado” , o cidadão lê “ O País vai entrar em guerra”, e compartilha essa informação distorcendo a realidade.
Outro fato recorrente são os compartilhamentos de imagens de alguma personalidade, com frases nunca ditas por essa.  Mesmo contrário a ele, admito, o Presidente da Comissão dos Direitos Humanos, Marcos Feliciano já foi vítima de calúnias, imagens circulam com frases manipuladas. Apesar de eu particularmente me posicionar contra esse preconceituoso Pastor, tenho que pesquisar até onde as informações veiculadas são verídicas. A mesma manipulação  acontece  com o Deputado Jean Wyllys, que tem relacionada a si frases contra o cristianismo, que ele mesmo já afirmou nunca ter dito. Isso é comum com várias outras pessoas públicas.
O ponto onde quero chegar é simples, sejam responsáveis ao compartilhar informações, não acreditem em qualquer fonte e pesquisem antes de publicar uma opinião. E claro, o mais importante, leiam, e releiam, só assim podemos fomentar nossa capacidade crítica.

Marlon Maia

(Fotofrafia André Nascimento - Editada)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O não fim do mundo




Bom, eu realmente não acredito que o mundo se findará em 21 de dezembro de 2012. Até porque acho a data tão redonda: “21” “12” “2012”... não ,não!  Bem, isso sem contar que a nossa contagem do tempo foi definida por humanos como nós, e um fim tão trágico está bastante acima de nossas limitações. Apesar de acreditarmos ser especiais e donos de tudo que nos rodeia, antropocêntricos, somos mera engrenagem diante do tamanho e complexidade desse planeta.
Não julgo de todo mal quem acredita nessa teoria. Pensar num fim, é algo que pode ser positivo, principalmente se servir para um reflexão do que temos e podemos perder.
Há quem diga que um fim é necessário a toda história, eu não acredito totalmente nisso, acho que muitas vezes nós somos responsáveis por criar finais, por falta de paciência, por ansiedade, ou por acreditar que em algum momento tudo realmente deve acabar.
Também há quem diga que o mundo precisa e merece acabar, que na Terra reina a injustiça, hipocrisia e outros males. De fato, vivemos em um mundo desigual, onde as oportunidades  não são dadas a todos. Contudo, vejo que o mundo de hoje é bastante melhor que o do passado. Assistir a morte de pessoas em praças, em arenas, ver na dor e na mutilação alheia alegria...tudo isso já foi comum. A mulher apedrejada, submissa ao marido foi a marca de muitas sociedades.
Ainda assistimos a horrores, e ainda há quem aprecie morte e sofrimento. Mas a sociedade evoluiu bastante e continuará evoluindo.
Tomando como referencia nosso país, conseguimos ver inúmeros problemas relacionados a violência e a morte, e é claro, a solução mais prática é dizer que o ser humano é mau. Mera simplificação!

Espero que todos nós possamos aproveitar o ‘”não fim do mundo”, como uma nova alternativa, uma nova chance. Acordemos todos no dia 22 com os mesmos olhos, mas uma nova visão! Não direi o que precisa ser acertado e ajustado, isso todos sabem. Ambiciono que a partir desse dia fique claro para cada um, o seu papel nessa mudança.

(Fotografia de André Nascimento)

Marlon Maia

terça-feira, 15 de maio de 2012

Parnasianismo Vitae


Transgredir fascina-me
Ir de encontro.
Quebrar expectativas
Choque

Não há nisso sadismo
Talvez haja.
Nada muito relevante.

Meu desejo é destruir
distinguir, deglutir
toda métrica,
que persiste aqui.

Desconceitue certo,
desconceitue errado.
Esteja sempre engajado
em não criar um padrão.

Marlon Maia

Mineração

É sim redundante,
mas o que não é na vida?

Lamento a ferida,
que dificilmente irá cicatrizar.
Mesmo as cicatrizes, são marcas
de algo que não pode voltar

Olhar pra ela me angustia...
me aflige, me apavora...
O pior é perceber,
que ela nos deixará ASSIM,
pois tão logo irá embora.

Marlon Maia 28/03/20212



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vem


Vem. Vem que te rasgo
Faço-te em mais pedaços que pode contar.
Destruo-a num abraço
Maltrato-a num beijo

Vem. Vem que já lhe esperava
Sei que sempre estás presente na ausência
Sei que és ultrajante
Sei que és deselegante, faz do sorriso dor.

Vem Saudade!
Podes doer, podes arder
Pois quando se vai, deixa o alívio
Que destrona toda dor existente. 

Marlon Maia